sábado, 4 de fevereiro de 2017

Eu e Exupery, meu príncipe

A minha história com "O Pequeno Príncipe" começa quando eu era criança e Antoine de Saint-Exupéry já não existia mais. A delicadeza com que ele contou a história e expressou seus pensamentos à respeito das crianças e das incoerência humanas presentes, sobretudo, no mundo adulto, ecoaram em mim. Pela primeira vez eu senti aquilo que sentimos diante das obras que nos tocam. É como se o artista em questão entrasse dentro de nós e reproduzisse o que está escrito no âmago de nosso coração. Sain-Exupéry tinha lido e reescrito todas as minhas linhas... Cresci e reli aquelas palavras inúmeras vezes e foi como se tivessem se tornado mágicas. Através delas eu podia me reconectar com a criança que fui e também enxergar a adulta que estava me tornando. Desde então, tal qual o autor, eu tinha paixão por crianças menores que eu e uma arrogância natural, já que eu era uma e acreditava serem estes (as crianças) os seres mais puros, inteligentes e especiais do planeta, embora absolutamente subestimados, menosprezados e desacreditados pelos adultos. Uma ideia um tanto romântica, mas ainda vigente em mim. Acabou que nasci em uma família de educadores que tinha uma escola (Colégio Nahim Ahmad) que hoje é também administrada por mim (ao lado de minha irmã Andreza e de uma equipe incrível, com os pitacos bem-vindos de minha mãe - às vezes não tão bem-vindos...rsrs) e temos como concorrente uma escola com o nome do meu livro preferido. Isso me impede de pintar as paredes do colégio com as aquarelas de Antoine e suas poéticas frases... E mais triste ainda é que esta escola nem aproveita a verdadeira beleza da obra, porque tem o formato de um castelo e todos que leram o livro sabem que o verdadeiro reinado do Pequeno Príncipe era tão somente seu pequeno planeta e sua rosa, uma única e singela rosa, que justificava tudo, inclusive toda a história. Hoje visitei a Exposição sobre o livro no Shopping JK Iguatemi e me dei o direito de tirar muitas fotos e me emocionar. Exupéry se quisesse poderia entrar de novo dentro do meu coração ler e reescrever seu livro novamente. Sairia idêntico, palavra por palavra.
(Escrito em 4/2/2014)

Nenhum comentário: