terça-feira, 16 de abril de 2013

Olhe bem para ela

Olhe bem para ela
Olhe nos olhos
Janela de sonhos
Alma dos desejos.
Olhe no encanto
No canto dos olhos
Na raiz de todos os beijos.
Olhe e se encante
e se cante
Cante para ela
Como se fosse única
Sozinha e bela.
Olhe nessa vida,
Porque uma filha
É a vida toda!

quarta-feira, 10 de abril de 2013

As histórias que ninguém lê

Abro a janela da varanda e meu olhar percorre a rua, a atravessa, até chegar ao prédio em frente. Ali, em uma janela, vejo uma pessoa pequena, dessas que a idade não chega a preencher os dedos de uma mão e que muito deve usá-la para responder aos que perguntam: "Quantos anos você tem?"Imediatamente lembro da criança, aquela que um dia fui e com quem ainda me deparo nos momentos mais inesperados, mas que não encontro quando a procuro, tampouco a compreendo e, ainda assim, a sinto viver. Respondo suas perguntas como um adulto tolo que só enxerga uma realidade limitada. Ela jamais me responde, se esquiva e sorri. Penso que por dentro ri de mim. Ri das alegrias perdidas, como se fossem vitórias. O abandonado comemora os fracassos daquele que o fez sofrer. Não levei minha criança muitas vezes a sério - e talvez a tenha levado a sério demais -  não deixei que brincasse de realizar seus sonhos. Meus sonhos eram de cristal, não podiam ser brinquedo, até hoje se exibem no alto de uma estante como troféus impossíveis. Realizar um sonho é ter uma história na cabeça e repetí-la na vida. Tudo que fiz foi manter histórias na cabeça, ou presas em papéis, em cadernos, escondidos em gavetas empoeiradas e bolsas velhas. Olho para janela e a criança não está mais ali, olho no espelho, a procuro e não encontro. Restam-me as histórias, as minhas. Ninguém lê. Por conta disso meu troféu continua impossível...

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Des-existir

Eu não tenho nome,
(Isto eu só conto em segredo)
Tenho complexos, reflexos, sem nexo
Sobre quem sou.
Eu des-sou,
Eu des-faço,
Eu des-ço.

Eu des-existo,
Isto!
Eu des-isto.