terça-feira, 21 de outubro de 2014

Pais, filhos, governos e cidadãos

Acho que alguns governos poderiam ser vistos sob uma ótica psicanilítica. Alguns reduzem os cidadãos à crianças dependentes dos pais (governo) e estes cidadãos desejam ser eternamente crianças (dependentes), como se o governo fosse o único adulto competente, merecedor e responsável por tudo, por cuidar, dar comida, amor, escolaridade, etc. Esses povos jamais serão livres, ao meu ver, porque crescem em tamanho, mas por dentro são crianças desestruturadas e dependentes de uma estrutura externa. Se tornam incapazes de criar sua própria estrutura, que eqüivale a criar o seu próprio mundo e edificar o seu próprio sonho. Sonho? Se tornam incapazes de sonhar. 

Algumas medidas até devem ser tomadas, como um pai que alimenta uma criança que jamais conseguiria se alimentar sozinha. Mas se esse pai se vicia nesta dependência do filho e o impede de crescer e buscar alimento com suas próprias mãos o amor pelo filho se torna uma distorção de amor, esse pai passa a amar o poder que tem sobre o filho e a desejar que esse poder permaneça para sempre e que essa dependência jamais acabe. 

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