sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Onde vivem os monstros

A conjuntivite me deu o presente.
E o tempo presente me devolveu a literatura. 
E a literatura devolveu minha alma. 
Roubada alma. 

Os monstros que invento são meus. 
Eu me visto deles. 
Eles se vestem de mim
Os monstros que invento tem meu nome e me assombram. 
Eu sonho com eles à noite. 
De dia eles usam minha pele para sair. 

Os monstros são sempre humanos
Agora percebido não os temo
São meus. 

Uma irracionalidade de um antes... 
Julgava os monstros uma outra coisa qualquer. 
Não existe outra coisa qualquer. 
Somente nós. 
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Somente eu e todas as outras coisas. 
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E todas as outras coisas em mim. 

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