sexta-feira, 17 de julho de 2015

Autoconhecimento na política


Segue trecho de um post que escrevi no facebook em 17 de julho de 2014:
"Queria te contar antes o meu sentimento com relação à política, que começa com o meu entendimento sobre mim mesma e sobre o mundo. Tudo que tenho estudado desde que conheci o Prem Baba é o autoconhecimento, é conhecer a mim mesma, sobretudo minha "sombra", máscaras, etc. A psicologia estuda muito isso, Jung usava o termo "sombra", Prem Baba costuma chamar de "eu inferior" que é aquela parte nossa que toma conta de nós quando por exemplo resolvemos comer um doce quando estamos de dieta, ou trairmos uma pessoa que amamos, ou quando nos sentimos superiores (ou inferiores) em relação ao outro, etc. Quando passei a me conhecer e a reconhecer a minha sombra, percebi, olhando para trás, o quanto eu era inconsciente sobre minhas próprias atitudes. Isso não é novo, Freud já nos trouxe esse conhecimento, de que somos guiados pelo nosso inconsciente, que é ele quem decide por nós. Eu diria que somos guiados por nosso ego, por uma vontade de sermos amados e reconhecidos, por muita vaidade e orgulho (e a maior parte das pessoas não tem consciência disso). Essas motivações para seguir uma carreira, ou desenvolver-se profissionalmente, (querendo ser famoso, amado, reconhecido) são motivações falsas, não são os verdadeiros motivos que nos trouxeram para este planeta. Acredito que temos uma missão e precisamos estar fortemente ligados a ela e ao serviço que queremos prestar nesta vida.

(…) Passei a acreditar que o autoconhecimento é fundamental para qualquer profissão, mas sobretudo para os líderes que vão nos governar (tenho para mim que estes são os segundos a mais precisarem se autoconhecer, os primeiros são os professores, pois formam todas as outras profissões, inclusive os líderes políticos e, mais que eles ainda, os pais, de todas as crianças, pois é na infância que "máscara" e "eu inferior" são forjados). Então eu estava desesperançosa com a política por sentir os políticos muito desconectados deles mesmos (que nada mais é que ser desconectado do Deus que existe em nós, mas que para ser revelado exige de nós passar por estas camadas negativas, reconhecê-las, enxergá-las), por sentir os políticos agindo no "eu inferior" querendo se autopromover, preocupados com a imagem de si mesmos, competitivos, com pouca consciência sobre o coletivo.
Então lá na terça-feira conhecemos algumas pessoas que tem trabalhado no sentido de renovar toda essa mancha de corrupção estagnada nos poderes governantes da sociedade e eles também acreditam que para isso é fundamental que se crie uma rede de autoconhecimento, que os líderes sejam preparados e apoiados por um grupo de pessoas e, assim, compromissados consigo mesmos e com uma agenda a ser seguida e cumprida no congresso. A ideia é tão bonita que me soa quase mágica. Na prática é o seguinte: um grupo de apaixonados por política tem se reunido há 4 anos mensalmente e tem estudado soluções para o nosso país. Um consultor avaliou que entre os 513 parlamentares do congresso apenas 80 são eficientes, portanto chegaram à conclusão de que se conseguissem eleger 10 candidatos comprometidos com a mesma agenda (que é um programa elaborado nesses anos pelo grupo com 10 questões principais ligadas à educação, segurança pública e um outro ponto que não me lembro agora) eles poderiam representar uma bancada de aliados, independentemente do partido, que trabalharia de forma coesa com o compromisso de cumprir aquela agenda e de procurar aliar outras pessoas. O processo de escolha desses candidatos, que serão apoiados financeiramente na campanha e também durante o mandato, se dá à partir de uma avaliação do que ele fez em mandatos anteriores, caso tenha, e também de um conhecimento mais profundo do candidato através de processos de autoconhecimento que ele passa/passará em grupo. Nesses processos a ideia é que esses 10 escolhidos criem fortes laços entre si, de mais amplo conhecimento humano um do outro e de si mesmos. Porque seja estejamos falando de líderes ou de liderados, estamos sempre falando de pessoas humanas e muitas vezes precisamos nos lembrar disso, porque é um conhecimento do qual nos distanciamos constantemente, principalmente em ambientes competitivos, como é a própria política. Somos tão humanos quanto o líder corrupto, quanto o cidadão omisso do exercício de sua própria cidadania, e quanto todos os papéis desempenhados em nossa sociedade, somos sempre igualmente imperfeitos e precisamos nos lembrar que quando falamos do outro, falamos de um igual, portanto falamos de nós mesmos.
Perceber que existem pessoas com esse tipo de consciência trabalhando para colocar essa luz nas lideranças políticas me deixou extremamente feliz, pois é uma esfera da sociedade tão carente quanto cada um de nós, porém com poderes muito maiores. Uma luz colocada ali pode iluminar muita gente e trazer esperança e claridade para imensuráveis distâncias, ao alcance de muitas pessoas. Que assim seja!!!"

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