domingo, 2 de setembro de 2018

21a Carta para minha filha


21a Carta para minha filha


Quando o amor veio singelamente suspirar suas cantigas de vento em meus ouvidos/

Eu soube, não haveria espera que não te enviasse ao meu corpo/

Nem sonho que não te criasse em meu colo/

O amor vinha sussurrar seus nomes/

Pequeninos e imensos cristais de tocar com dedos delicadamente/

Jamais saberia escolher um para te representar.../

Verdes são as frutos nas árvores intocadas/

Você no ventre ainda imatura a amadurecer tua árvore de leite/

Beberás o leite como uma gotinha orvalhada da noite derradeira/

Sempre sedenta como uma flor no deserto/

Tua alma vem com histórias que vou contar, para que nosso canto nunca cesse/

Um canto feito de vozes, música, danças e doces/

Convertido em beijinhos na face rosada, ou lágrimas de sentir demais você/

Essa água não cabe mais em mim/

Choro meu amor, canto meu amor, nino meu amor no peito/

Uma menina, uma pétala, eu, seu pai: uma família/

Eu te nino, me-Nina, Nina o pai também/

Pois és preciosa e pequenina mas sua grandiosidade nos ensina/

O amor que não sentimos antes/

Guardado estava, pra você brincar. 

#cartasparaminhafilha

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