quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Enquanto se espera um amor

Conheci meu amor quando eu tinha 25 anos, ele 29. Só ficamos juntos quando eu tinha 30. Uma história romântica que me inspirou a escrever um livro. 

Às vezes tenho contato com jovens sofrendo pelo primeiro amor aos 15 (não sei se é o seu caso) e me lembro que aos 15 eu ainda nem conhecia aquele que seria meu grande amor. (Pelo menos até hoje. Porque mesmo em um relacionamento verdadeiro e amoroso, precisamos estar cientes da efemeridade da vida. Escrevo isso para me lembrar, pois vivo sentindo a eternidade que talvez não seja tão garantida quanto parece ao meu coração).

Vivi diversas desilusões, vivi até mesmo desilusões com este meu grande amor. Elas existem porque criamos mesmo ilusões a respeito do outro, e até de nós mesmos(as). Estas sim as mais difíceis. 

Vivi anos de solidão amorosa. Anos... Eu tinha apenas amores platônicos. Não tinha coragem de vivê-los e tinha muito medo de me machucar. Ninguém me disse que seria impossível me proteger se eu quisesse realmente experimentar uma relação. Pois relacionar-se é justamente assumir o risco. É como entregar algo frágil e precioso nosso para outra pessoa tomar conta. E assim como estamos ainda aprendendo a ter a maturidade de cuidar desse “algo” frágil e precioso do outro, fatalmente encontraremos, no máximo, alguém que está legitimamente querendo aprender. 
Nós, definitivamente, não sabemos cuidar do outro pois ainda estamos aprendendo a cuidar da gente com amor. 

Então, se um dia alguém não cuidar bem de você. Lembre-se de aprender você mesma(o) este cuidado. De saber os carinhos que merece e praticar em si como deseja ser tratada(o). 

Lembre-se de sorrir com cada lição que a vida quiser ensinar e de acreditar que aquilo que não parece ser tão legal, pode ser um presente que o tempo irá te mostrar. 
Olhe para trás para aprender com as escolhas que fez e escolha plantar o seu futuro com sementes ainda mais bonitas e férteis. Fazendo isso de forma consciente (sem perder a pureza e ternura do coração) o seu jardim crescerá mais saudável. 
Aprenda a gostar da sua companhia, a apreciar os momentos sozinha(o), a valorizar o seu corpo, a sua capacidade de respirar, de se mover e de dançar. 

Dance mais! Ouça suas músicas preferidas, cante alto e dance. A melhor celebração é a que você faz para si mesma(o)

Sorria para estranhos e tenha curiosidade a respeito de como será o seu dia, o seu ano, a sua vida. É sempre um mistério que o tempo te revela aos pouco e que você tece com seus dedos, e com suas emoções. 

Leia poesias, decore as que tocam sua alma, recite para alguém que mereça os versos preferidos. São palavras mágicas que transmutam as horas!

Escreva um diário sobre seus pensamentos e sentimentos, observe-se com mais atenção!

Dignifique suas atividades e seu trabalho com inteireza. Tudo em que se colocar por inteiro, oferecendo o seu melhor, se torna sagrado e belo. 

Descubra-se e mostre-se! 
O ano apenas começou. 
Não importa se o amor virá agora (eu sempre comecei meus anos com essa esperança) ou se terá que esperar 30 anos (como eu) ou mais. Importa aproveitar esta espera com sede de vida e com amor por si mesmo(a). 
Feliz ano novo!

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