sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Amigas

Eu tinha 5 anos quando fui para escola pela primeira vez. Até então eu brincava com minha irmãs, menores que eu. Quando conheci uma ruivinha, carioca, descolada e risonha percebi que ela tinha uma segurança que eu ainda não sabia o que era. Nasceu uma admiração e uma amizade. Acho que também dividíamos uma paixão: Eduardo Alexandre.  Michelle Lima era seu nome. Mas eu nunca mais a vi, não sei se foi ela ou eu quem saiu da escola antes. Lá se foi uma infância de saudade da amiguinha. 
Então conheci Sabrina, aos 7, depois Tatiana Mendonça, aos 9, (as procuro até hoje), todas admiráveis, cada uma a seu modo. Sabrina criativa, completava os desenhos que pintávamos com árvores e flores diferentes. Eu copiava. Tatiana era estudiosa, educada, bailarina...
Anos depois finalmente pude estudar de manhã, meus pais preferiam à tarde. Tantos colegas novos, entre eles uma amizade antiga, tínhamos estudado juntas na infância, mas já éramos adolescentes. Era o único rosto conhecido, Georgia Regina, ela era linda, popular, eu, tímida, a seguia o tempo todo. Acho que isso a irritava. Era um peso. Com 13 anos estávamos descobrindo os relacionamentos (acho que bem mais ela do que eu). Eu a admirava também. Mas me sentia diferente e excluída. Minha salvação foram as doces Gabi, Pity e Juliana Juliana Reis Moreira. Uma vez nos lambuzamos uma a outra cheirando shampoos no supermercado. Tudo era motivo de muita risada. 
Por volta dos 15 anos resolvi fazer um curso diferente, eu já era outra, queria amigos novos que não me vissem com olhos viciados pelo passado. Conheci a linda Gláucia Lucas. Eu, ela, Regina Videira e Lilian éramos um grupo animado e unido. Pela primeira vez, além de admirar minhas amigas eu sentia que eu também era admirada e querida. Fui muito feliz com elas. Lembro de sairmos para dançar juntas e nos divertirmos muito indo pra escola no dia seguinte, quase sem dormir. 
Na faculdade passei de novo pelo desafio de conhecer amigas. Helen Carvalho e Juliana Cavalcante eram altas, magras, atraentes para os rapazes. Recebi delas proteção ( Helen me defendia de tudo e de todos) generosidade, amizade, carinho... 
Depois de me formar retomei uma amizade de escola, antiga, mas que não tinha sido uma amiguinha e sim minha professora da 2ª série Alzira Torrado, a sua torcida por mim e a minha por ela nos tornou confidentes. O mesmo aconteceu, naturalmente, quando conheci Renata. Relação pautada por admiração mútua, afinidades filosóficas e poéticas, assuntos que sempre nos uniram e reuniram, na história de nós. 
❤️🙏🏻
Olhando para a história da minha amizade com o feminino concluo que mais admirei do que fui admirada, mais recebi do que me senti doando. Recebemos o que entregamos. 🙏🏻

Concluo, também, que a escola é o grande palco para o encontro das amizades. Por isso é tão importante. Pois a escola passa, as amizades ficam 🙏🏻❤️

Sou muito grata às amizades que tive, mulheres que marcaram minha vida. Sem as experiências com elas eu seria outra pessoa. 

(Ainda falta contar sobre as vizinhas Daniela Portela e as Kurita: Luciana, Thais e Emi. ❤️🌸)

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