domingo, 2 de agosto de 2015

Amor



Amor é uma palavra rara. Não importa quantas vezes seja dita. A palavra se realiza no ato, não no verbo. É o ato de amar que faz a palavra amor ser provável, existível, "vivível mas não achável". Que é o mesmo que dizer "capaz de ser vivido, mas não de ser encontrado". Se alguém disser que encontrou o amor, foi porque o viveu, ou viu alguém que o vive e que, por isso, ama. 
Eu já vi. O amor puro. Não porque estava conscientemente em busca, porque mesmo a busca consciente não ajuda tanto,  mas há o propósito da alma, a alma está destinada a esse fim: o amor, e a minha foi arrebatada com este encontro. Eu olhei para o amor e ele tinha braços, pele, pernas,  olhos e sorriso de gente. E ele amava tudo ao seu redor, até eu mesma. Ser verdadeiramente amado é uma parte da libertação, é um passo na caminhada de amar, embora seja um trajeto misterioso e escuro a quase todos que vivem nesta Terra. 
O amor eleva a alma a estados superiores, é uma morte em vida. A morte do "eu", do "meu", do ego. E a possibilidade de visão do que é real. Como ouvi ontem "o mundo não é um shopping center" embora muitos pensem que seja só isso "não viemos aqui só para comprar, casar, ter filhos e morrer". Ou você acredita nisso também? Viemos aqui por diversão, então? O problema é que essas "diversões" são fantasias que não preenchem por muito tempo. Por isso queremos sempre mais e mais e mais... Com isso como fica o planeta? É possível conseguir atender tantos desejos? Falo debaixo, de todos meus desejos, e não de cima. Falo de dentro de todo meu ego, minha prisão ilusória. Falo apenas. Não busco o amor, basta que minha alma o busque. E uma sabedoria me diz que é meu destino vivê-lo, mesmo sem encontrá-lo. Enquanto isso reverencio quem já o vive. Quem pode ser o próprio amor. Reverencio com todo amor e devoção que me é possível. 
(Mas não deixa de ser curioso que a palavra esteja exposta justamente em frente e um shopping center)

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