sábado, 31 de dezembro de 2016

O que acabou

Quero compartilhar com vocês que meu mundo acabou muitas vezes nessa vida.

Um dia meu pai enfurecido me deu uma sapatada na cabeça, outro dia uma garota que eu considerava uma grande amiga me chamou de “rabo” na frente de todos os colegas e me pediu grosseiramente para parar de seguí-la no intervalo da escola. Percebi que não era a filha preferida da minha mãe. Meu amor platônico passou por mim no corredor do colégio e não me disse nem “oi”. O primeiro namorado com quem eu, ingenuamente, acreditava que dividiria uma vida disse que não queria mais me namorar. Uma professora que confiava muito em mim me pegou colando na faculdade. Fui traída, rejeitada, mal amada por uma grande paixão. O médico do meu pai disse que o câncer dele tinha voltado. Passaram muitos meses, e até mesmo anos, e o grande amor da minha vida, mal se dava conta do quanto eu o amava. 

Para cada vez que meu mundo acabou ele também recomeçou, em processos mais e menos lentos. Meu pai me abraçou e me amou com o olhar, diversas vezes, tanto que ainda o tenho comigo mesmo na sua ausência. A amiga que me rejeitou na escola se tornou uma foto na minha lista de conhecidos do facebook, minha mãe tem orgulho por eu ser a filha que mais se parece com ela, no jeito de ser. Meu amor platônico não era meu grande amor. Sou muito grata ao meu ex por não ter se casado comigo. A professora que me pegou colando soube de uma parte desonesta que faz parte de mim por mais que eu tente esconder. A grande paixão que me fez sofrer, sofreu muito por me perder. Os anos de vida do meu pai com câncer foram uma oportunidade única de dar e receber afeto como se cada instante fosse o último (na verdade todos os instantes com as pessoas que amamos podem ser o último, mas quase nunca nos damos conta disso). E o grande amor da minha vida? Um dia, finalmente, percebeu que eu também era o amor da vida dele. Mas isso ainda é só o começo. Mais um...

Muitos começos e recomeços para todos vocês!

Beijos de luz,

Aline***
(31/12/2012)

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