sexta-feira, 30 de outubro de 2015

O valor da empatia

Quando era adolescente li uma entrevista de Amós Oz respondendo sobre o que levava alguém a ser um terrorista e ele respondeu "falta de imaginação" para espanto da reportagem. Mas ele continuou "falta da capacidade de se imaginar no lugar do outro". Quem não se coloca no lugar do que sofre, do agredido, do que morre, tem menos resistência em fazer sofrer, agredir ou matar. Essa foi uma das experiências que levei para minha vida como educadora, como talvez a capacidade mais nobre e central a ser alcançada por um aluno e um objetivo importante para a educação: a capacidade de se colocar no lugar do outro. Mais recentemente fiquei encantada com a proposta e o estudo sobre empatia de
 Roman Krznaric, ou mesmo de Humberto Maturana, de Marshall Rosenberg (da CNV) e do querido Dominic Barter entre tantos outros que abordam a relevância do tema. 
Agora, orgulhosamente, soube que a Co.R, da minha querida amiga Rita Almeida se atentou para isso, oferecendo um novo olhar para o relacionamento do marketing de grandes marcas com os clientes. A empatia está para o nosso tempo como um valor necessário não só à sobrevivência dos seres, mas das empresas também. 



terça-feira, 27 de outubro de 2015

Nunca se repete

Tenho essa mania de fotografar o céu. Como se fosse possível registrar a beleza pura que um olhar ou uma fotografia não repetem. Eu não desisto da tentativa...
O cinza das cidades não interrompe a "eterna novidade" do mundo. O céu nunca se repete. Olhando de perto, nós também não. 

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

O feminino em mim


Estas são as reverberações do feminino em mim, 
"Como um eco que sem querer ressoa"(Drexler)
Uma origem e um destino,
Uma partida e um caminho,
Um deixar-se e um vir-a-ser:
Mãe, filha, irmã
Aspectos da deusa, mãe divina,
Que habita todas as mulheres
Aquela que tem útero
De onde a vida brota
E faz continuidade
E faz eternidade
Para a matéria mortal. 
"Eu recebi essas flores, beleza que não tem igual..." (Prem Baba)
Estas são as flores que recebi no jardim da minha vida. A primeira flor foi minha mãe, eu a recebi como mãe, enquanto eu me tornava sua primeira filha. Ela foi meu portal de nascimento neste mundo, fiquei em seu colo interno durante meses e passei pelo vão do seu corpo para tornar-me eu: Aline. Uma travessia que em uma esfera mais ampla ainda continua.  Depois, ainda muita pequena, meu reinado acabou. A chegada das minhas irmãs dilacerou meu ego, moeu meu sentimento e, ao mesmo tempo, fez brilhar a minha vida para sempre. Eu recebi duas raras e femininas flores. Um jardim sagrado se compunha em minha vida. Não poderia jamais ser tão feliz e tão eu sem elas. Elas são a mais pura e real alegria da minha infância. Nem sempre estive consciente desta dádiva, nem sempre... Mas hoje estou! 
Quanta beleza e amor neste jardim!
Quanta gratidão por estar entre vocês!
E mais uma flor chegou, há quase 2 anos e outra se prepara para chegar no mesmo ventre mais jovem das irmãs: uma mãe que tem revelado a verdadeira riqueza da maternidade nesta familia: Adelita. Uma mãe que nasceu da minha mãe e que contém muitos pedaços meus, sangue, cor, pele. 
Minha mãe, rainha, Avanil, espero que você possa olhar seu jardim e ver as muitas reverberações e o florescimento do seu ser através de outros corpos. Somos pedaços seus! Obrigada por ter permitido esta existência, por ter nos escolhido como filhas e perpetuado esse império de mulheres na nossa família. Viva, você, mamãe! Viva! Viva!❤️❤️❤️
(Foto do almoço de dia das mães do ano passado, em breve a desse ano)
#SomosAhmad
Escrito em 10/05/2015

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Encontro com Humberto Maturana



Ontem foi dia de conhecer pessoalmente o biólogo e pensador chileno Humberto Maturana, que tem influenciado tantas áreas do pensamento e da sociedade com suas ideias. 
(Fiz muitos snaps, olha lá: 👻ahmadaline)

"O amor faz parte da história dos seres vivos, pois foi a condição para a vida". 

"A linguagem não nos atrapalha, a não ser que desejemos possuir a verdade". 

Quando perguntado sobre qual a origem do rompimento com o amor na humanidade:

"O amor se rompeu de nós quando rompemos a coerência com o mundo natural".
(Em algum momento passamos a usar a linguagem para explicar, forjar, mentir, enganar, esta falta de coerência com a natureza, com a nossa natureza, causou [e causa] o rompimento do vínculo com o amor em nossas vidas)

"O amor é a síntese do desejo de convivência"

"Às vezes negamos o outro e construímos teorias de negação do amar".

"Expectativas nunca se cumprem. Nem as próprias, nem as dos outros. Sabendo disso nos tornamos livres".